terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Capítulo 01 – Piloto (1ª temporada)

Foda-se. eu sou mesmo o problema.


Madison P.O.V's

      Bati com os costas no banco, o cinto era a única coisa que me salvava de uma queda. os carros estavam rápidos, correndo como se suas vidas dependessem da vitória. olhava pra tudo aquilo nervosa enquanto estava quase grudada no banco do carro. sentia como se meus olhos fossem saltar pra fora a qualquer momento. era uma adrenalina mais ao mesmo tempo como se eu fosse morrer! aquele maldito som do motor me deixava tensa. talvez fosse algo normal pra se sentir na primeira vez em um racha. mais enfim, era estranho.


— Está com medo? — Arthur perguntou com irônia. sua voz estava levemente rouca, de um jeito sexy. ele me encarava com aqueles olhos azuis claros que pareciam ler minha alma.

— Idiota! olha pra frente. — disse calma. fechei os olhos sentindo calafrios. ouvi sua risada sair abafada.
— Calma, não vamos bater!

      Logo após aquelas palavras serem ditas um carro bateu do lado do nosso e saiu raspando. demos um pulo com o susto. com certeza o carro sairia dali despedaçado!


— Ah, meu deus! meu carro. — ele disse histérico. se queriam ele puto da cara tinham conseguido.


      Arthur acelerava ao máximo enquanto eu cravava minhas unhas no banco. em pouco tempo já tínhamos ultrapassado alguns dos carros. ele era bom e o carro era potente, mas na minha cabeça só se passava que iriamos morrer e eu não conseguia esconder meu medo. Não na frente dele. maldito!

      Um carro tentava nos ultrapassar, e ele fazia o possível para se manter ali na frente.

— E agora, é pra que lado? — perguntou tenso. daí notei que tinha dois caminhos.

— Esquerda. — falei conferindo no papel.

      A linha de chegada agora estava á nossa frente. chegamos em quarto lugar, não vencemos mais também estamos vivos. é o suficiente, certo? as pessoas gritavam parabenizando os vencedores, que eram um dos melhores dali, se não me engano. Arthur saiu do carro junto comigo e bateu a porta soltando o ar pesado pela boca.


— Você gosta mesmo de fazer isso? — perguntei na tentativa de cortar o clima ruim.

— Era pra ser divertido, mas você estava lá.
— Idiota! — dei um soco no peito dele. ele deu risada. — Nunca mais faço nada com você.
— Pelo menos fizemos algo juntos. — ele se aproximou, levantou meu queixo com um olhar provocante e me deu um beijo que fez meu coração acelerar.
— B-beleza, agora eu tenho que ir embora.
— Hm, não quer ficar e passar a noite comigo? — ele sorriu sacana e colocou a mão na minha cintura.
— Não! — falei envergonhada. — tenho que ir logo!
— Poxa, agora que ia ter a festa. — fingiu uma cara triste. — mas tudo bem, te levo até perto de casa. — sorriu novamente. uma música começou a tocar bem na hora.

      Entramos no carro e se fomos. ele sabia que eu não podia ser vista num carro de um garoto perto da minha mãe ou vizinhos fofoqueiros, porque digamos que ela seja um pouco.. rígida. boa mãe, porem, controladora. estava na fase da minha vida que queria experimentar coisas novas e perigosas. por isso entrei num racha com ele. e, oh, god! espero que eu não foda com minha vida.

      Eu não tinha nada sério com Arthur, ele me achou interessante, eu achei o mesmo e resolvemos nos pegar. fim. acho que estamos no caminho certo pra passarmos a ter algo sério. sou meio nova nisso.
      Desci do carro quando estávamos mais perto e me despedi com um beijo. tirei meu saltos e sai com eles nas mãos. eu andava quase pulando de alegria por ter sentido aquela sensação enorme de ser livre. claro que se a policia nos pegasse eu iria me lascar e o carro de Arthur iria precisar de concerto, mas continuava sendo bom. guardei os saltos na mochila e peguei minhas sandálias normais.

— Mãe, cheguei. — disse ao abrir a porta. não a vi, fui direto ao meu quarto e joguei a mochila em cima da cama, em seguida a jaqueta.

— Madison, amor, venha aqui na cozinha! — gritou.
— O que está fazendo? — fui entrando.
— Um lanche. — sentou-se e colocou um prato com dois sanduíches na mesa. — voltou tarde..
— Ah, é que depois que estudamos nos empolgamos e colocamos um filme, acabamos adormecendo. sabe como é, né? — sorri.
— Espero que não seja sempre assim.

      Comemos em silêncio.



[...]

      Naquele dia eu definitivamente não tinha dormido bem. um pouco culpada por mentir daquele jeito –na maior cara de pau.– e fiquei meio animada, o que dificultou na hora de dormir. tive que vir pra escola obrigada, porque meu corpo quase que não quis sair da cama. mais na hora de dormir, ele desviou do banheiro e correu pra cama. muito chato.
      Quando o último sinal tocou eu gritei "aleluia!" mentalmente, joguei minha bolsa por cima do ombro e sai dando passos largos. andei por algumas ruas e já sentia que meu corpo queria se jogar e dormir ali, mas aí eu morreria atropelada. vi um vulto no céu e parei pra procurar o que era aquilo. aquilo me chamou atenção, fui andando pra ver melhor e a coisa só ficava maior. sinal que estava rápido. meu deus, onde aquilo cairia? fui passando pelo campo vazio, seguindo a coisa, já tinha algumas arvores no caminho. pensei em parar, mas o tamanho estava enorme e aquilo era muito impressionante!
      
— Mais que merda é essa? — perguntei a mim mesma com os olhos brilhando.

      A velocidade dela parecia estar muito forte, muito mais do que eu achava minutos atrás. E, meu deus! vinha em minha direção. aquilo iria me matar! eu corri enquanto olhava para trás. não queria estar perto quando caísse. bom, não mais. aquilo é maior que uma casa. com certeza queria ver, não morrer. é diferente.

      Só olhava para trás de vez em quanto pra ter certeza que não tropeçaria numa pedra e quebraria a cara no chão. quando olhei novamente vi que estava muito mais perto que antes. entrei em pânico e continuei correndo desesperada. vi duas árvores serem derrubadas dos dois lados, e pelo barulho, dava pra notar que se aproximava. estava tão rápido que o chão parecia tremer, tive até medo de olhar para trás. senti aquela coisa se chocar contra minhas costas, foi como se eu quebrasse a coluna de tão forte. gritei de dor. senti meus pés saírem do chão e eu girei no ar. estava muito confuso ver alguma coisa, mas juro que vi uma luz verde em meio aquela.. coisa.


[...]

      Me sentia tonta, quebrada, acabada e minhas roupas estava sujas e meio rasgadas. gemi de dor ao levantar, eu tinha ficado toda ralada com aquela queda. me apoiei numa árvore e olhei em volta. o maldito meteoro, ou seja lá o que for, não estava por perto. notei que o céu estava ficando claro. mais á quantas horas eu estava lá? minha mãe iria me matar! voltei pra casa cambaleando, eu não sabia o que fazer. além de me senti mal, muito zonza, estava meio perdida. sai correndo quase que imediatamente, mais preocupada com o que minha mãe faria que com meu estado. droga, que tipo de gente se mete numa coisa dessas!?


 Minha filha, graças a deus!  minha mãe avançou em mim, e me abraçou forte assim que passei pela porta.  O que aconteceu?  seu olhar demonstrava medo e alivio ao mesmo tempo. ela olhou pro meu estado. eu estava um caco!

 Mãe, eu fui atingida por alguma.. coisa  falei, meio confusa.  e desmaiei!
 Ai meu amor, sente alguma coisa? eu fiquei tão preocupada. até chamei a policia! eles estavam te procurando a dias.
 Dias?  arregalei os olhos.
 Sim, a quase uma semana. onde você estava?
 Perto daquelas arvores, não muito longe da minha escola.
 Era muito longe? a policia te procurou por lá.
 Não, era até meio perto.  falei, sem ter muita certeza. mas eu sabia que era fácil me achar por ali.

      Descrevi tudo que tinha acontecido para a policia, mas no local, não havia nada estranho, muito menos as árvores que eu tinha certeza que haviam sido derrubadas. não havia rastro no chão, queimaduras, não havia porra nenhuma! nem mesmo o meteoro foi encontrado. tive que ir lá eu mesma só pra ter certeza. as árvores estavam no mesmo lugar. Minha mãe me fez ir ao hospital, não tinha nada errado comigo. nenhuma lesão.


 Acho que ela pode ter inventado.  ouvi o médico dizer á minha mãe, sem que notasse minha presença.


      Quando se ouve uma coisa dessas e você sabe que não pode provar o que aconteceu, você se sente muito frustrado. comecei a cogitar a ideia que tinha sido tudo uma ilusão, eu estava louca ou sei lá o que. mas não conseguia. eu tinha certeza que aquilo era real. eu me lembro. não pode ser! por mais que tentasse, não conseguia acreditar que não era real. eu vi! eu senti!

      Minha cabeça parecia querer explodir. até as árvores! eu tinha certeza que vi elas caindo antes de ser atingidas. por mais que não conseguisse acreditar, no fundo eu sabia que poderia ter pirado. se eu pirasse não iria acreditar nisso, certo?
      Não posso ter pirado, puta que pariu.

 Você é uma mentirosa!  minha mãe bufou de raiva, após irmos pra casa  A policia acha que você inventou, e o médico também.  ela bateu a porta forte.  onde você estava, Madison?

 Mãe, eu juro que é verdade.  arregalei os olhos com medo dela não acreditar. ela deu um tapa na minha cara. doeu na alma.
 Mentirosa!  aumentou o tom de voz.  fala logo, você estava abrindo as pernas pra quem!?
 Mãe  eu comecei a chorar, sem saber o que fazer. só me sentia desesperada.
 Você é uma vergonha.  ela puxou meu braço, me arrastando até a mesinha da sala, que tinha uns santos.  agora vá pedir perdão á Deus, sua vagabunda.  falou com desprezo.

      Eu tentava chorar baixo, enquanto tentava rezar.

      Não pode ser.. eu enlouqueci!



Carla P.O.V's

— Esse é último aviso, Carla! Se xingar a professora de novo ou lhe faltar com educação, as coisas começarão a ficar pesadas pra você  — a diretora falava com alguns papeis em mãos. ela tinha dado um discuso enorme por causa de algumas besteirinha que fiz, e eu nem me importava, só balançava a perna entediada e olhava nos olhos dela fingindo prestar atenção quando não ouvia palavra alguma. Que diretora inocente! já sou profissional em fazer isso com os professores. quis rir disso.
      
      Ela se calou por alguns segundos enquanto me encarava. Droga, ela me fez uma pergunta?

 Acabou? — perguntei baixo, minha voz saiu num tom de ignorância. ela franziu a testa e me encarou de um jeito serio e confuso. porra, foi mesmo uma pergunta!
— Você se esforça muito pra me provocar, hein? — perguntou calma. mas com cara de eu-quero-te-expulsar.
— Que nada, nem precisei fazer algo desta vez. — comentei divertida.


— Dispensada, senhorita.

      A diretora não conseguia entender que eu não era uma macaca treinada dela. por mais que eu fosse má na escola as vezes, o que importa? minhas notas estão boas, pedir pra me calar e obedecer era luxo!
      O pátio estava calmo, só tinha algumas pessoas que sei lá, demoravam um pouco antes de sair enquanto o resto saia feito escravos sendo libertados. sai fuçando minha bolsa pra garantir que não tinham pego nada. – escola publica é foda. – levei um susto ao bater de frente com uma pessoa. fui logo olhando ela com cara feia prestes a gritar com ela  mas quando percebi quem era a raiva saiu voando.

— Mason! — sorri. — veio me buscar?
— Sim, onde estava?
— Na.. diretoria. — respondi secamente.
— Aprontou de novo?
— Ei! — o fiz rir com meu tom de ofendida. — foi sem querer. quando não gosto de uma professora de cara é sempre assim.
— Sei disso, mas acho que com um pouquinho de esforço você se mete em menos problemas.
— Problemas? você não viu nada ainda. — ele me olhou assustado. — brincadeira, brincadeira.. — dei um soquinho no ombro dele. rimos.
— Já se recuperou daquilo?

      Ele se referia a aquele dia na rua. tinha acontecido ontem.

[Flash back on]

      Aquela rua estava escura e vazia. era uma noite fria, do jeito que eu gostava. usava um casaco de couro confortável que eu tanto gostava de usar, com uma mão segurava o celular e com a outra tentava abraçar meu corpo como forma de aquece-lo.
      Peguei no bolso do casaco meu dinheiro e comecei a contar. tinha começado a trabalhar, era meio período e não ganhava muito mas era uma ótima desculpa pra ficar fora mais vezes, mesmo que fosse algo não muito bom ficar parada em casa me incomodava e com certeza ficar servindo coisas em uma lanchonete pra uns gordinhos era melhor. bom, a verdade era que eu pretendia futuramente sair de casa quando tivesse dinheiro o suficiente. demoraria, só que eu gostava de ter uma casa só pra mim. era algo livre. meus pais não sabiam e eu prefiro que só saibam no dia.

— Queridinha, faz como eu; cospe na comida do cliente que foi grosseiro contigo e da pra ele comer! — falei com minha amiga. minha voz ecoou pela rua. ri e continuei. — ele não vai saber, só que você vai se sentir muito bem. só cuidado pra não rir ou olhar ele malignamente. — falei irônica.

      Guardei meu dinheiro. tinha 60 reais. dava pra comprar o que? um livro de Fallen Angels e gastar o troco em chocolates? bom, era melhor que nada.

— Não tenho dinheiro nem pra alugar uma casa. — falei — esses ingressos são caros, hein? peça dinheiro emprestado a outr..

      Naquele momento fiquei congelada. tinha algo caindo do céu e não era uma estrela cadente. era grande e vinha em minha direção tão rápido que quase não consegui agir. meu celular caiu no chão e me virei pra correr até sentir aquilo se chocar contra meu corpo. cai, desmaiei.
      Era um meteorito. ou os alienígenas decidiram acabar com essa merda toda.

[Flash back off]

      Foi muito frustante. quando acordei estava numa ambulância, uma alma boa tinha chamado pra me ajudar. disseram que o meteorito que tinha me atingido era efeito da queda, e que provavelmente era uma moto ou um carro, que tinha sido uma ilusão.
      A história tinha com certeza dado aquela rua assunto pra dar e vender. tudo foi rápido, e incrivelmente o único machucado que tive foi um arranhão no peito, perto do coração. era estranho, lembro de ter corrido e sido atingida por trás. não foi fácil de engolir, só me calei.

— Estou bem, Mason, fui liberada rápido do hospital!
— Sim, mais e a coisa do meteorito? — bati no ombro dele. — Mas o que?
— Não me lembra disso, que vergonha! — fiz bico. — deve ter sido coisa da minha cabeça. não precisam saber da minha loucura. — tinha dito mais pra mim que pra ele mesmo.
— Acho que é tarde de mais.
— Como assim?

      Diz que não espalharam por aqui. pelo amor.

— Acharam o meteorito, está nos jornais.
— Caralho, isso é serio? diz que não é brincadeira! — falei quase voando em cima dele.
— Espera aí.. — ele puxou algo da mochila e estendeu a mão me dando. o jornal.

"O caso que chocou toda a população; Meteorito encontrado em beco escuro" era o título que se destacava. "estudante diz ser atingida, e hoje pela manhã o meteorito foi encontrado." tinha a foto do meteorito, era do tamanho de tipo, quatro botijões de gás juntos. mais ou menos.

— Deus do céu! — arranquei o jornal dele. — eu sabia! sabia! — pulei de alegria.
— Como você está feliz se levou uma porrada na rua de uma pedra do espaço? — olhei pra Mason de cara feia. — tá, esquece.
— O que importa é que não era uma ilusão! — joguei o jornal de volta pra ele.

      Pode parecer que não dei muita importância, mas estava extremamente curiosa e assustada com essa história. um meteorito, god. o que está acontecendo? um lado meu estava tranquilo, mas eu sabia que em pouco tempo a noticia se espalharia nacionalmente ou até internacionalmente. essas coisas funcionam assim.
      Tudo tinha acontecido muito rápido, me forcei a pensar que era algo normal pra que conseguisse lhe dar com aquilo. coisa que eu sempre fazia, por exemplo quando meu vô faleceu. quando eu desabei foi pior, mas, né..
      Fui pra casa com a companhia de Mason, ele se jogou na cama e eu fui direto pro computador pesquisar mais sobre o assunto. só vi o quanto tinha sido comentado e o que chocou era saber que com o tamanho, peso e velocidade daquele meteorito, eu teria morrido na hora. por isso alguns disseram que era tudo mentira. caralho, eu devia ter morrido? como assim?

— Você não devia se importar tanto com esse assunto. devia vir aqui e sabe, aproveitar. — ele sorriu safado, mas ontem ele foi o primeiro a se preocupar.
— Mason! — o repreendi. — eu devia ter morrido com o impacto. — falei baixo, ele me olhou por alguns segundos.
— Sinto muito. mais o que importa é que você está bem. agora vai ter pessoas querendo te entrevistar provavelmente, mas a vida continua. os jornais não revelaram quem era a pessoa, mais eles sabem e quem estava lá também.
— Foda-se a minha mini fama. e se eu morresse?
— Eu ia lá e dava uns pau no meteoro! — falou fingindo estar bravo, nos rimos. — Imagina que louco! matar as mina dos outros. nam, pode isso não!
— Besta! — dei umas gargalhadas com o que ele disse.

      Fomos interrompidos pelo som do celular tocando. a abertura irritante do Bob esponja cortou o clima, ou deixou ainda mais sem noção. atendi apos ver o numero que sequer conhecia.

— Alô?
— O meteorito.. ele vai mudar tudo! — a voz falou imediatamente. não a reconheci.

      Gelei da cabeça aos pés.

Gif
Tuts, tuts, tuts. ♪ O que acharam deste capítulo meus amores? se puderem comentar alguma crítica, elogios, apontar erros é tudo bem vindo. <3 demorei pra postar, peço desculpas!
Meninas, se puderem postar gif eu ficarei muito agradecida porque tenho preguiça de ficar procurando. #falomesmo ah, e me passem os nomes dos pais de suas personagens. 'u'
E quanto ao Arthur? postarei o perfil dele depois, estou sem criatividade pra criar um perfil.
Eu sei que esse capítulo não foi lá aquelas coisas, a narração ficou meio nhéé, só que não queria atrasar mais ainda. é só o começo, acreditem, vai ter muita treta nessa temporada.

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